A Dezena como ambiente para o desenvolvimento espiritual para todos

A Dezena como ambiente para o desenvolvimento espiritual para todos

Trechos selecionados das Fontes

1. RABASH, Artigo nº 6 (1984), "Amor aos Amigos - 2"

Se vários indivíduos se reunirem com a força de que vale a pena abandonar o amor-próprio, mas sem o poder suficiente e a importância da doação para se tornarem independentes, sem ajuda externa, se esses indivíduos se anularem uns diante dos outros e todos tiverem pelo menos um amor potencial pelo Criador, embora não consigam mantê-lo na prática, então, ao se juntarem à sociedade e se anularem diante dela, eles se tornarão um só corpo.

Por exemplo, se houver dez pessoas nesse corpo, ele terá dez vezes mais poder do que uma única pessoa.

Entretanto, há uma condição: Quando se reunirem, cada um deles deve pensar que veio com o propósito de anular o amor-próprio. Isso significa que ele não pensará em como satisfazer seu desejo de receber agora, mas pensará, tanto quanto possível, apenas no amor dos outros. Essa é a única maneira de adquirir o desejo e a necessidade de adquirir uma nova qualidade, chamada " o desejo de doar".

E, a partir do amor aos amigos, pode-se chegar ao amor ao Criador, o que significa querer dar satisfação ao Criador.

2. Maor VaShemesh, VaYechi

A essência da assembleia é que todos estejam em uma unidade e que todos busquem apenas um propósito: encontrar o Criador. Em cada dez há a Shechiná [Divindade]. Claramente, se houver mais de dez, então haverá mais revelação da Shechiná. Assim, cada um deve se reunir com seu amigo e ir até ele para ouvir dele uma palavra sobre o trabalho do Criador e como encontrar o Criador. Ele deve se anular diante de seu amigo, e o amigo deve fazer o mesmo com ele, e assim todos devem fazer. Então, quando a assembleia estiver com essa intenção, então "Mais do que o bezerro quer mamar, a vaca quer amamentar", e o Criador se aproxima deles e Ele está com eles, e grandes misericórdias e bondade revelada serão estendidas sobre a assembleia de Israel.

3. RABASH, Artigo nº 2, (1984) "Sobre o Amor dos Amigos"

É preciso revelar o amor que há em seu coração para com os amigos, pois ao revelá-lo, ele evoca o coração dos amigos para com os amigos, de modo que eles também sintam que cada um deles está praticando o amor aos amigos. O benefício disso é que, dessa maneira, a pessoa ganha força para praticar o amor aos amigos com mais vigor, uma vez que a força do amor de cada pessoa está integrada à força do amor do outro.

4. Maor VaShemesh, Porção Yitro

Deve-se imaginar que seu amigo está servindo ao Criador mais do que ele, [...] e "a inveja dos autores [também dos contadores] aumentará a sabedoria". Com isso, ele se tornará cada vez mais forte no trabalho do Criador. Esse é o significado de "Cada um é queimado pelo dossel de seu amigo", da palavra "fervor". Ao ver que o dossel de seu amigo é maior do que o seu, um fogo arderá nele e sua alma se inflamará ainda mais em direção ao trabalho do Criador, e ele alcançará mais realizações da divindade.

5. RABASH, Artigo nº 30 (1988), " O que Procurar na Assembleia de Amigos"

Cada um deve tentar trazer para a sociedade um espírito de vida e esperança, e infundir energia na sociedade. Assim, cada um dos amigos poderá dizer a si mesmo: "Agora estou começando do zero no trabalho". Em outras palavras, antes de vir para a sociedade, ele estava desapontado com o progresso do trabalho do Criador, mas agora a sociedade o encheu de vida e esperança.

Assim, por meio da sociedade, ele obteve a confiança e a força para vencer, porque agora sente que pode alcançar a plenitude. E todos os seus pensamentos - de que estava enfrentando uma montanha alta que não poderia ser vencida e que eram obstáculos realmente formidáveis - agora ele sente que não são nada. E ele recebeu tudo isso do poder da sociedade porque todos tentaram incutir um espírito de encorajamento e a presença de uma nova atmosfera na sociedade.

6. RABASH, Artigo nº 759, "O Homem como um Todo"

É preciso saber que o amor é comprado por ações. Ao presentear seus amigos, cada presente que ele dá a seu amigo é como uma flecha e uma bala que faz um buraco no coração de seu amigo. Embora o coração de seu amigo seja como uma pedra, ainda assim, cada bala faz um buraco. E a partir de muitos buracos, cria-se uma cavidade, e o amor de quem dá os presentes entra nesse lugar.

O calor do amor atrai para ele as faíscas de amor de seu amigo e, então, os dois amores se entrelaçam em uma veste de amor que os cobre. Isso significa que um amor os envolve e os envolve, e então os dois se tornam uma só pessoa porque a roupa que os cobre é uma única vestimenta.

7. Maor VaShemesh, Ekev

O mais importante é que cada um de nós se anule completamente e não se considere justo ou que esteja entre os amigos. [...] e anular-se completamente. Sabe-se que em cada dezena há Shechiná [Divindade], e esse é um nível completo. Em um nível completo, há cabeça, mãos, pernas e calcanhares. Portanto, quando cada pessoa se considera um nada na sociedade, então ela se considera um calcanhar em comparação com a sociedade, enquanto eles são a cabeça, o corpo e os órgãos superiores. Quando cada um pensa em si mesmo dessa maneira, faz com que os portões da abundância e toda a exuberância do mundo se abram para ele, e isso é atraído ao máximo pela pessoa que é mais considerada como "nada" e como "um calcanhar". 

8.  Likutei Halachot, Hoshen Mishpat, Hilchot Arev

 É impossível observar a Torá e as Mitzvot [mandamentos] a não ser por meio de Arvut [responsabilidade mútua], quando cada um se torna responsável por seu amigo, uma vez que a essência da observação da Torá, que é o desejo, é por meio da unidade. Portanto, qualquer pessoa que queira tomar sobre si o fardo da Torá e das Mitzvot, que é principalmente por meio da intensificação do desejo, deve ser incluída em todo o Israel com grande unidade. Segue-se que, precisamente por meio do Arvut, quando todos são considerados um, precisamente por isso eles podem observar a Torá, uma vez que a essência do amor e da unidade está no desejo, quando cada um está satisfeito com seu amigo, não há disparidade de desejo entre eles, e todos estão incluídos em um único desejo. Com isso, eles são incorporados ao desejo superior, que é o objetivo final da unidade.

9. Baal HaSulam, "Paz no Mundo"

Cada indivíduo na sociedade é como uma engrenagem que está ligada a várias outras engrenagens colocadas em uma máquina. Essa única engrenagem não tem liberdade de movimento por si só, mas continua com o movimento do restante das engrenagens em uma determinada direção para qualificar a máquina a desempenhar sua função geral.

E se houver alguma avaria na engrenagem, a avaria não será avaliada em relação à engrenagem em si, mas de acordo com seu serviço e função em relação à máquina inteira.

10. RABASH, Artigo nº 2 (1984), "Sobre o Amor aos Amigos"

Devemos nos lembrar de que a sociedade foi estabelecida com base no amor ao próximo, de modo que cada membro receberia do grupo o amor ao próximo e o ódio a si mesmo. E ver que seu amigo está se esforçando para anular a si mesmo e amar os outros faria com que todos se integrassem às intenções de seus amigos.

Assim, se a sociedade for composta por dez membros, por exemplo, cada um terá dez forças praticando a anulação de si mesmo, o ódio a si mesmo e o amor aos outros.

11. Noam Elimelech, Likutei Shoshana

Deve-se sempre orar pelo amigo, já que não se pode fazer muito por si mesmo, pois "não se livra a si mesmo da prisão". Mas quando se pede por seu amigo, ele é atendido rapidamente. Portanto, cada um deve orar por seu amigo, e assim cada um trabalha no desejo do outro até que todos sejam atendidos. É por isso que foi dito: "Israel é Arevim [responsável/doce] uns pelos outros", onde Arevim significa doçura, pois eles adoçam uns aos outros por meio das orações que fazem uns pelos outros, e por isso são atendidos.

12. RABASH, Carta nº 40

Por meio da fricção dos corações, mesmo dos mais fortes, cada um trará calor das paredes de seu coração, e o calor acenderá as faíscas do amor até que se forme uma vestimenta de amor. Então, os dois serão cobertos por um único cobertor, o que significa que um único amor os envolverá, pois é sabido que a Dvekut [adesão] une dois em um.

E quando alguém começa a sentir o amor de seu amigo, a alegria e o prazer imediatamente começam a despertar nele, pois a regra é que uma novidade entretém. O amor de seu amigo por ele é uma novidade para ele, pois sempre soube que ele era o único que se preocupava com seu próprio bem-estar. Mas, quando ele descobre que seu amigo se importa com ele, isso evoca nele uma alegria imensurável, e ele não consegue mais se preocupar consigo mesmo, pois o homem só pode trabalhar onde sente prazer. E como ele está começando a sentir prazer em cuidar de seu amigo, naturalmente não consegue pensar em si mesmo.

13. Baal HaSulam, "O Arvut [Garantia Mútua]", Item 17

Isso é para falar do Arvut [garantia mútua], quando todo o Israel se tornou responsável um pelo outro. Como a Torá não foi dada a eles antes que cada um de Israel fosse perguntado se concordava em assumir a Mitzvá [mandamento] de amar os outros na medida total expressa nas palavras "Ame seu amigo como a si mesmo", conforme explicado no artigo "Matan Torá", itens 2 e 3, examine-o minuciosamente lá. Isso significa que cada um em Israel tomaria para si a responsabilidade de cuidar e trabalhar para cada membro da nação, para satisfazer todas as necessidades deles, não menos do que a medida impressa nele para cuidar de suas próprias necessidades.

Uma vez que toda a nação concordasse unanimemente e dissesse: "Faremos e ouviremos", cada membro de Israel se tornaria responsável para que nada faltasse a nenhum membro da nação. Só então eles se tornaram dignos de receber a Torá, e não antes.

Com essa responsabilidade coletiva, cada membro da nação foi liberado de se preocupar com as necessidades de seu próprio corpo e pôde observar a mitsvá "Ame seu amigo como a si mesmo" na medida máxima e dar tudo o que tinha a qualquer pessoa necessitada, já que não se importava mais com a existência de seu próprio corpo, pois sabia com certeza que estava cercado por seiscentos mil amantes leais prontos para cuidar dele.

14. Baal HaSulam, "O Arvut [Garantia Mútua]", itens 17-18

Israel é responsável uns pelos outros, tanto no aspecto positivo quanto no negativo. Do lado positivo, se eles mantiverem o Arvut a ponto de cada um se preocupar e satisfazer as necessidades de seus amigos, eles poderão observar plenamente a Torá e as Mitzvot [mandamentos], o que significa trazer contentamento ao seu Criador, conforme mencionado em "Matan Torá", item 13. Do lado negativo, se uma parte da nação não quiser manter o Arvut, mas chafurdar no amor-próprio, ela fará com que o restante da nação permaneça imerso em sua sujeira e baixeza, sem encontrar uma maneira de sair da sujeira.

Portanto, o Taná descreveu o Arvut como duas pessoas que estavam em um barco, e uma delas começou a fazer um buraco no barco. Seu amigo disse: "Por que você está fazendo o furo?" Ele respondeu: "Por que você deveria se importar? Estou perfurando debaixo de mim, não debaixo de você". Então ele respondeu: "Idiota! Nós dois vamos nos afogar juntos no barco!"

15. Baal HaSulam, Shamati, Artigo nº 76, "Em Todas as Suas Oferendas Você Deverá Oferecer Sal".

"Em todas as suas oferendas você deve oferecer sal", significando o pacto do sal. O pacto corresponde à mente. Normalmente, quando duas pessoas fazem o bem uma à outra, quando há amor entre elas, certamente não precisam fazer um pacto. Mas, ao mesmo tempo, podemos ver que, justamente quando há amor, esse é o momento normal para fazer acordos. Depois, ele disse que a realização do pacto é para mais tarde.

Isso significa que o pacto é feito agora para que, mais tarde, se chegar um momento em que cada um deles achar que o coração do outro não está inteiro com seu amigo, eles terão um acordo. Esse acordo os obrigará a se lembrar do pacto que fizeram entre si, a fim de continuar o antigo amor também nesse estado.

Esse é o significado de "Em todas as suas oferendas você oferecerá sal", ou seja, todo o Krevut no trabalho do Criador deve ser sobre a aliança do Rei.

16. Ramchal, Derushei 24, "Adornos da Noiva"

"Você é toda bela, minha esposa, e não há um só defeito em você" (Cântico dos Cânticos 4:7). Para serem completadas, as demais almas devem se conectar a ela e todas se tornarem uma só nela. Nesse momento, a Shechiná [Divindade] se ilumina em uma grande correção e, então, "Vocês são todas lindas, minha esposa" e nenhuma falha é deixada nela, pois, pela força do Arvut [garantia mútua], cada uma corrige a outra e, assim, tudo é corrigido.