Baruch Shalom HaLevi Ashlag (Rabash)/Registros
O Criador é meticuloso com os justos
Artigo 289
11 de junho de 1962, Antuérpia
“O Criador é meticuloso com os justos como a espessura de um fio de cabelo” (Yevamot 121b).
Quando uma pessoa está em um estado de “justo”, quando ela está em subida, Ele é meticuloso com ela para que sua intenção seja pelo bem do Criador, ou seja, não tome esta subida como apoio e diga: “Agora eu vejo que vale a pena servir ao Criador”, pois agora ele sente prazer no seu trabalho. Segue-se que isto não é por causa do Criador porque não é a fé no Criador que a faz ser um servo do Criador, mas sim o prazer é a causa.
Então, o que o Criador faz? Isso o reduz de seu estado elevado para um estado de baixeza. Portanto, ele é punido na hora. Este é o significado das palavras: “Há uma grande tempestade ao seu redor”, o que significa que o Criador é meticuloso quanto ao tempo da justiça.
Mas quando uma pessoa está em um estado de rebaixamento, quando ela não sente bom gosto no trabalho, não adianta ser meticuloso com ela porque ela está em rebaixamento de qualquer maneira, e ela tem trabalho para se aproximar do Criador. Portanto, não se pode dizer que Ele lhe negará o gosto pelo trabalho porque agora ela não sente nenhum sabor.
O golpe que alguém recebe do Criador, quando Ele tira dele o sabor do trabalho, por isso mesmo Ele o cura porque então ele não tem outra maneira de servir ao Criador senão com fé acima da razão. Segue-se que o golpe que ele recebeu do Criador, deste mesmo ele pode ser curado, pois caso contrário, ele permanecerá em separação.
Com isto entendemos o que nossos sábios disseram, que pelos golpes do Criador, Ele cura (Mechilta BeShalach). Em outras palavras, esta é a cura – que Ele lhe dê espaço para trabalhar com fé, sem qualquer apoio.
Além disso, devemos entender o que nossos sábios disseram: “O Criador faz um decreto e um justo o revoga” (Moed Katan, 16). Isso significa que o Criador faz um decreto, tirando dele o prazer do trabalho, e não há decreto mais duro do que tirar de alguém a vitalidade no trabalho.
Mas os justos o revogam. Ou seja, se uma pessoa disser que quer trabalhar sem nenhuma recompensa de vitalidade e prazer, o decreto será revogado de qualquer maneira. Além disso, agora ela ascende a um grau mais elevado, pois agora está num estado de fé pura e é considerado sem interesse próprio.
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