Uma Oração Lishmá

Uma Oração Lishmá  

Trechos Selecionados das Fontes

1. Baal HaSulam, Shamati, Artigo nº 5, “Lishmá é um despertar do alto e por que precisamos de um despertar de baixo?”

A necessidade do trabalho do homem para receber Lishmá do Criador é apenas na forma de uma carência e de um Kli [ vaso]. No entanto, nunca se pode obter o preenchimento por si mesmo; é, antes, um presente do Criador.

Entretanto, a oração deve ser uma oração completa, do fundo do coração. Isso significa que a pessoa sabe cem por cento que não há ninguém no mundo que possa ajudá-la, a não ser o próprio Criador.

No entanto, como alguém sabe disso, que ninguém o ajudará a não ser o próprio Criador? A pessoa pode adquirir essa consciência precisamente se tiver exercido todas as forças à sua disposição e isso não a tiver ajudado. Portanto, é preciso fazer todas as coisas possíveis no mundo para alcançar “por causa do Criador”. Então, a pessoa pode orar do fundo do coração, e o Criador ouvirá sua oração.

2. Baal HaSulam, Shamati, Artigo nº 20, “Lishmá [por causa dela]"

Com relação a Lishmá [por causa dela]. Para que uma pessoa obtenha Lishmá, é necessário um despertar do alto, pois é uma iluminação do alto e não é para a mente humana entender. Ao contrário, aquele que prova, sabe. Sobre isso, é dito: “Prove e veja que o Senhor é bom”.

Por isso, ao assumir o fardo do reino dos céus, é necessário que ele seja totalmente completo, significando apenas doar e não receber. Se uma pessoa perceber que os órgãos não concordam com essa visão, ela não tem outra escolha a não ser a oração - derramar seu coração ao Criador para ajudá-lo a fazer com que seu corpo consinta em se escravizar ao Criador.

3. RABASH, Artigo nº 508, “A ascensão de Malchut à Biná”

Antes de uma pessoa ser recompensada com a fé, ela deve trabalhar em Lo Lishmá [não por causa dela], que vem a uma pessoa pela mistura de Malchut com Biná.

Portanto, uma pessoa não pode trabalhar em Lo Lishmá [“por causa dela"] até que tenha fé. Por essa razão, se uma pessoa quiser trabalhar em Lishmá, ela deve concentrar toda a sua energia somente neste ponto: orar ao Criador para que lhe envie a luz da fé, pois somente assim ela será recompensada com o engajamento na Torá e nas Mitzvot Lishmá.

4. Baal HaSulam, Shamati, Artigo nº 79, “Atzilut e BYA”

Nossos sábios disseram: “De Lo Lishmá [não por causa dela], chegamos a Lishmá [por causa dela]". Isso significa que começamos o engajamento na Torá e nas Mitzvot [mandamentos] para “nos dar a riqueza deste mundo” e, depois, “nos dar a riqueza do próximo mundo”.

Ao aprender dessa forma, a pessoa deve vir a aprender Lishmá, por causa da Torá, o que significa que a Torá lhe ensinará os caminhos do Criador. E então ela deve primeiro fazer o adoçamento de Malchut em Biná, o que significa que ela eleva Malchut, chamada de “desejo de receber”, para Biná, que é considerada doação. Ou seja, todo o seu trabalho será apenas para doar.

E então tudo fica escuro para ela. Ela sente que o mundo ficou escuro para ela, pois o corpo dá força para trabalhar apenas na forma de recepção, e não na forma de doação. Nesse estado, ela só tem uma escolha: orar ao Criador para que abra seus olhos para que possa trabalhar na forma de doação.

5. RABASH, Artigo nº 29 (1986), “Lishmá e Lo Lishmá"

Agora que ele vê que está longe da espiritualidade, começa a pensar: “O que realmente é exigido de mim? O que devo fazer? Qual é o propósito que devo alcançar?” Ele vê que não tem poder para trabalhar e se encontra em um estado de “entre o céu e a terra”. Então, a única força do homem é que somente o Criador pode ajudar, mas, por si mesmo, ele está condenado.

Foi dito sobre isso (Isaías, 4:31): “Mas os que esperam no Senhor ganharão novas forças”, ou seja, as pessoas que esperam no Criador. Isso significa que aqueles que percebem que não há mais ninguém no mundo que possa ajudá-los recuperam a força a cada vez.

6. RABASH, Artigo nº 34 (1991), “O que é comer seus frutos neste mundo e guardar o principal para o próximo mundo, no trabalho?”

Somente aqueles que dizem que querem escapar do trabalho, mas não têm para onde ir, já que nada os satisfaz, essas pessoas não abandonam o trabalho. Embora tenham altos e baixos, elas não desistem. É assim que está escrito: “E os filhos de Israel suspiraram por causa do trabalho, e clamaram, e o seu clamor subiu a Deus por causa do trabalho”. Em outras palavras, eles clamaram por causa do trabalho porque não estavam avançando no trabalho do Criador, para que pudessem trabalhar a fim de doar contentamento ao Criador. Naquele momento, eles foram recompensados com o êxodo do Egito. No trabalho, isso é chamado de “sair do controle do desejo de receber e entrar no trabalho de doar”.

7. Baal HaSulam, Carta nº 34

Apressamos nossas súplicas ao alto, batida por batida, incansavelmente, sem parar, e não fraquejamos nem um pouco quando Ele não nos responde. Acreditamos que Ele ouve nossas orações, mas espera por um momento em que tenhamos os Kelim [vasos] para receber a recompensa fiel, e então receberemos uma resposta para cada oração de uma só vez, já que “a mão do Senhor não será curta”.

8. RABASH, Carta nº 9

Aquele que vê sua baixeza vê que está trilhando o caminho que leva ao trabalho Lishmá. Isso dá espaço para a verdadeira oração do fundo do coração, quando ele vê que ninguém o ajudará, a não ser o próprio Criador, como Baal HaSulam interpretou a respeito da redenção do Egito: “Eu, e não um mensageiro”, pois todos viram que somente o próprio Criador os redimiu do governo do mal.

E quando se é recompensado com o trabalho Lishmá, certamente não há nada do que se orgulhar, porque então se vê que é apenas um presente de Deus, e não "meu poder e a força de minha mão".